
Evolução das Taxas de Natalidade e Mortalidade Infantil em Natal/RN de 2010 a 2023 como Indicadores de Saúde Pública
👶 Evolução das Taxas de Natalidade e Mortalidade Infantil em Natal/RN: Desafios e Oportunidades para a Saúde Pública
As taxas de natalidade e mortalidade infantil são indicadores cruciais para avaliar o desenvolvimento socioeconômico e a qualidade dos serviços de saúde de uma região. A pesquisa de Wedy Gustavo Leocádio Barreto, defendida na UFRN em 2025, analisa profundamente esses indicadores em Natal entre 2010 e 2023, revelando avanços e desafios persistentes na saúde materno-infantil potiguar.
Com base em dados do IBGE e DATASUS, o estudo mostra que Natal apresenta taxa de mortalidade infantil de 10,79 óbitos por mil nascidos vivos (2022), abaixo da média estadual, mas ainda com desigualdades marcantes entre zonas da cidade. A pesquisa também identifica os principais fatores que impactam esses indicadores e propõe soluções baseadas em evidências.
🔍 Principais achados da pesquisa
- 61,3% das gestantes realizaram 7+ consultas de pré-natal, mas 1,92% não tiveram acesso a nenhuma consulta
- 40,99% dos partos foram cesáreas, contra 59,01% de partos vaginais
- Maior número de nascimentos entre mães de 25-29 anos (24,5%) e 20-24 anos (23,2%)
- 96,57% dos óbitos infantis ocorreram em hospitais, indicando falhas na assistência
- Zona Norte de Natal apresenta piores indicadores, com apenas 2% de drenagem urbana adequada no bairro Salinas
“O investimento no saneamento básico é importante, pois altera de maneira positiva no que se refere aos impactos de saúde, como também propicia a diminuição das desigualdades sociais.” — Wedy Gustavo Leocádio Barreto
🏥 Fatores determinantes da mortalidade infantil
O estudo identificou as principais causas de óbitos infantis em Natal:
- Doenças infecciosas e parasitárias (28,9% em neonatos)
- Neoplasias (76,5% dos casos entre 28-364 dias)
- Doenças do sistema circulatório (94,4% entre 28-364 dias)
- Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas (89,5% entre 28-364 dias)
- Anomalias congênitas (0,9% dos nascimentos)
🏘️ Desigualdades regionais em Natal
A pesquisa revela disparidades gritantes entre as zonas da cidade:
- Zona Norte: Bairro Salinas com renda média de 0,46 salários mínimos e sem UBS
- Zona Sul: Bairros como Capim Macio com renda média de 4,71 salários mínimos
- Saneamento: 53,79% da população atendida, abaixo da média nacional (55,5%)
- Pavimentação: Apenas 16,5% da cidade com urbanização adequada
💡 Soluções e recomendações
Baseado nos dados, o estudo propõe ações concretas para melhorar os indicadores:
- Ampliar a Rede Cegonha com mais visitas de vinculação e rodas de conversa
- Investir em saneamento básico, especialmente na Zona Norte
- Reduzir cesáreas desnecessárias através de campanhas educativas
- Capacitar profissionais de saúde em boas práticas de parto e neonatal
- Expandir UBS em áreas vulneráveis como o bairro Salinas
📊 Impacto no desenvolvimento regional
A pesquisa demonstra que melhorar esses indicadores traz benefícios amplos:
- Redução de custos com saúde pública
- Melhoria na qualidade de vida da população
- Atração de investimentos para a região
- Redução das desigualdades sociais
- Fortalecimento do capital humano
🌐 Como esta pesquisa pode orientar políticas públicas
Os dados apresentados oferecem um mapa detalhado para ações estratégicas:
- Priorizar investimentos em áreas com maiores vulnerabilidades
- Otimizar a alocação de recursos para saúde materno-infantil
- Criar programas educativos para gestantes em comunidades carentes
- Desenvolver sistemas de monitoramento contínuo dos indicadores
- Estabelecer parcerias intersetoriais para enfrentar os determinantes sociais
🔗 Referência: Barreto, Wedy Gustavo Leocádio. Evolução das Taxas de Natalidade e Mortalidade Infantil em Natal/RN de 2010 a 2023 como Indicadores de Saúde Pública. UFRN, 2025.
Fonte:https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/62240
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